Santa Cruz testa ônibus Scania a gás entre Campinas e São Paulo

A Viação Santa Cruz iniciou testes com um ônibus Scania movido a gás natural veicular (GNV) e biometano na rota entre Campinas e São Paulo. Essa operação  marca mais um passo na adoção do gás como alternativa ao diesel no transporte rodoviário de passageiros.

A Scania cedeu o ônibus à Viação Santa Cruz. Especificamente, o modelo vem equipado com motor ciclo Otto de 9 litros, cinco cilindros e 340 cv. Além disso, o torque atinge 1.600 Nm entre 1.400 e 1.600 rpm. O trem de força inclui caixa de transmissão GRS 895 R e eixo com redução 2,72. A carroceria Marcopolo G7 – Paradiso, com 14 metros de comprimento, transporta até 46 passageiros.

O veículo traz seis cilindros de gás com capacidade total de 720 litros, o que equivale a 170 m³. Com essa configuração, ele alcança autonomia de 450 quilômetros — distância suficiente para cumprir o trajeto entre as duas cidades pelas rodovias Bandeirantes ou Anhanguera.

O tempo de abastecimento varia de 15 a 20 minutos em postos públicos com bicos de alta vazão. No entanto, dentro das instalações do cliente, com infraestrutura própria em parceria com a Comgás, o tempo cai pela metade.

Segundo Alex Nucci, o gás tem se consolidado como uma solução viável ao diesel, especialmente em trajetos de curta distância. Ele ressalta que, dessa forma, o uso do gás no transporte rodoviário de passageiros representa uma nova etapa após a consolidação dessa tecnologia. Nucci afirma que já há no Brasil mais de 1.500 caminhões rodoviários e 150 ônibus urbanos operando com GNV/Biometano.

Nucci lembrou que, para o transporte urbano de baixa emissão, o gás ganhou destaque como alternativa. “Após 2022, o mercado percebeu que o ônibus elétrico precisava de uma opção complementar, já que nem todas as capitais e grandes cidades estão preparadas para essa tecnologia”, afirmou.

Frota de ônibus Scania

O CEO da Viação Santa Cruz, Francisco Mazon, anunciou parceria com a Comgás para operar ônibus com essa solução energética. Com 67 anos de experiência no setor, a empresa mantém uma frota de 96 ônibus, todos da marca Scania.

Durante a apresentação do modelo a gás – que rodou 1,5 ano com a viação Cometa –  Mazon também confirmou a compra de mais 20 ônibus Scania da versão K 370 4×2 com motor a diesel.

O empresário lembrou que diferente do ônibus elétrico, hoje o modelo a gás custa entre 20% e 30% mais do que a versão tradicional. Também não exige grandes mudanças na infraestrutura do operador. A expectativa é que essa diferença de preço diminua com o tempo.

Espaço no bagageiro

Embora os trajetos de curta distância não impactem o espaço para bagagens, a Scania já trabalha em soluções para o volume ocupado pelos cilindros. Ivanovik Marx, gerente de Engenharia de Aplicações da Scania Operações Comerciais Brasil, revelou que a empresa desenvolve um estudo para reposicionar os cilindros na parte aérea da carroceria.

Quanto ao peso, Marx explicou que os cilindros são mais pesados que o tanque de diesel com combustível. No entanto, o gás é mais leve que o diesel, o que faz com que, no fim, o ônibus a gás pese apenas cerca de 100 kg a mais.

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