O mercado brasileiro de caminhões vem enfrentando um cenário desafiador devido ao aumento do custo do financiamento e às altas taxas de juros. O que afetam diretamente as decisões de compra das frotas.
No entanto, segmentos específicos, como caminhões vocacionais — utilizados em serviços urbanos, como coleta de lixo e equipamentos para obras — continuam a mostrar sinais positivos de renovação de frota.
Segundo Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea, a aquisição de caminhões depende essencialmente da demanda operacional. Ou seja, sem serviço garantido, a compra não acontece. Mesmo assim, o primeiro trimestre de 2025 registrou crescimento nas vendas, resultado importante em meio ao ambiente econômico desafiador.
Produção cresce nos primeiros meses de 2025
Nesse sentido, nos primeiros cinco meses de 2025, a indústria fabricou 55,1 mil caminhões. Assim, registrando um aumento de 5,6% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram produzidas 52,2 mil unidades.
Por sua vez, em vendas, até maio, o mercado de caminhões emplacou 46,3 mil unidades. Ou seja, uma pequena retração de 1,1% frente ao mesmo período de 2024, quando foram vendidos 46,8 mil veículos de carga.
Segmentos leves e médios ganham espaço e ajudam a equilibrar o mercado
Conforme Saltini, nos segmentos mais leves, como caminhões semipesados, médios e leves, observa-se uma movimentação positiva. Apesar de uma leve queda de 0,6% nas vendas de caminhões leves em maio, essa redução é parcialmente compensada pelo crescimento de outros segmentos.
Seja como for, ainda conforme a Anfavea, o mercado brasileiro de caminhões encerrou maio com desempenho desigual. Enquanto os pesados registraram queda de 14% nas vendas em relação ao mesmo mês de 2024, os modelos leves, médios e semipesados mantiveram crescimento, com altas de 9,8%, 18,7% e 15,7%, respectivamente.
A Anfavea destacou que o setor de pesados — altamente sensível à atividade econômica — sente os efeitos da taxa de juros elevada e da cautela dos transportadores. Sobretudo no agronegócio e no transporte rodoviário de longa distância.
Expectativas para os próximos meses
“Para os próximos meses, o mercado de veículos comerciais deve manter atenção sobre o comportamento dos caminhões pesados. E os impactos da inadimplência e do crédito mais restrito”, avalia Saltini.
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